SCOTT, George

Em suas <i>Recollections</i> [publicadas postumamente em 1879] — recordando sua carreira extremamente bem sucedida dedicada à causa gótica —, George Gilbert Scott (…) atribuiu ao ano de 1841 o seu ‘despertar’ para a verdade arquitetônica; despertar esse marcado pela influência simultânea de [Augustus] Pugin e dos Camdenianos [da <i>Cambridge Camden Society</i>]. Um despertar pode ser desconfortável: as resenhas pernósticas que o Ecclesiologist [<i>nesletter</i> da <i>Cambridge Camden Society</i>] publicava sobre novas igrejas e restaurações exaltavam e denunciavam, prescreviam e proscreviam com resultados impressionantes. Os juízos Camdenianos sobre a correção do gótico de um arquiteto influenciavam cada vez mais na escolha de quem conseguiria e de quem não conseguiria as comissões para novos projetos. Esse poder muitas vezes causava ressentimentos mas, para os arquitetos mais propensos a serem escolados, as recompensas eram mais do que financeiras. O domínio do design eclesiológico e do estilo [gótico] Decorado requeria uma experiência que combinava de forma muito particular o conhecimento técnico e as realizações acadêmicas. A resultante era uma nova espécie de autoridade. Arquitetos de igreja adquiriam classe, ou seja, melhoravam seu status cultural e ascendiam na hierarquia social.

VIOLLET-LE-DUC, Eugène

Achille Carlier, arquiteto laureado com o grande prêmio de Roma e que se dedicou (…) à denúncia do vandalismo restaurador atribui [a Viollet-le-Duc] o epíteto de criminoso: “Viollet fez desaparecer a alma do passado: (…) o mais hediondo dos crimes históricos. (…) Viollet-le-Duc é um dos maiores criminosos da história: personagem nocivo tanto pela importância das obras que pessoalmente arruinou em caráter definitivo como também pela influência que exerceu sobre sua época, e que permitiu que um enxame de discípulos, seguindo seus passos, arruinassem outras obras  não menos importantes.

DRESSER, Christopher

Chistopher Dresser foi um Vitoriano de origem humilde que rompeu as fronteiras dos privilégios de classe para reivindicar seu lugar como o primeiro designer da era industrial a ter o lar como prioridade. A mensagem de Dresser era de que bens baratos e acessíveis não precisavam ser feios.

LETHABY, William R.

Apesar de sua pouca educação formal, Lethaby tornou-se um educador bem sucedido de arquitetos; professor de Ornamento e Design no  <i>Royal College of Arts </i>   de 1900 a 1919 e autor de diversos livros. Ao longo de sua carreira, Lethaby manteve-se leal a [William] Morris e a [Phillip] Webb e, através destes, a Ruskin, apesar de reinterpretar alguns aspectos do legado destes autores”.

RUSKIN, John

(…) Quem se importa se os pontos de vista do Sr. Ruskin sobre a obra de Turner são corretos ou não? Qual a relevância disso? Sua prosa é tão poderosa e majestosa; (…); é tão rica em sua elaborada sinfonia musical; é tão segura e precisa em suas manifestações; é tão sutil na escolha de palavras e de epítetos, que se torna uma obra de arte pelo menos tão grande quanto qualquer dos pores-de-sol que descolorem ou que apodrecem em telas corrompidas nas galerias da Inglaterra (…).

PUGIN, Augustus W. N.

Pugin foi o Gibbon da Arquitetura. Nos seus <i>Contrasts</i> escreveu a história de seu declínio e de sua queda – não da maneira zombeteira do grande discípulo de Voltaire -, mas com a solenidade e com a veemente eloquência de Savonarola. Como o dominicano italiano, o arquiteto inglês foi mais um reformista e delator dos abusos do paganismo. Embora fosse tão ortodoxo quanto Savonarola, teve mais sorte por ter nascido em tempos mais felizes. Tempos nos quais a denúncia de abusos não implicava em uma candidatura ao martírio.

ENDELL, August

“Endell foi um dos primeiros artistas a protestar contra o Naturalismo e o Realismo nas Artes Visuais. (…) [Ele] defendia abertamente aquilo que mais tarde seria chamado de Arte Abstrata. Enfatizava que a natureza não era um livro de padronagens para os artistas. A Arte não ‘está na natureza em nenhum momento; trata-se de algo completamente diferente’. A Arte deveria estar apoiada na ‘sensação de prazer’ e na ‘alegria pura da forma e da cor’.”