ROHLFS, Charles

Meus designs são meus. Eu os desenvolvo. Eles não são como os de qualquer outra época ou pessoa… Eu não leio Ruskin, nem ninguém, nem nada que poderia influenciar minhas ideias. Eu nunca as tiro de livros… Elas são minhas e em sua execução eu deposito todo meu coração e força, e é por isso que são encantadoras.

WATERHOUSE, Alfred

Em 1887, a revista <i>Building News</i> promoveu uma enquete para identificar o principal arquiteto britânico e Alfred Waterhouse recebeu 90 por cento dos votos. Posteriormente, um historiador sugeriu que Waterhouse ‘contribuiu mais do que quase qualquer outro indivíduo para estabelecer o padrão arquitetônico das cidades do final do século dezenove’. À época de sua morte em 1905, no entanto, sua abordagem da arquitetura tinha temporariamente saído de moda. Isso fica claro em seu obituário no periódico <i>The Times</i> . Lá, registra-se que ‘seria cabotinismo ignorar o fato de que entre a geração mais jovem de arquitetos, o trabalho do Sr. Waterhouse não é visto com bons olhos ou com simpatia’. Ressalva, contudo, o escritor que Waterhouse tinha sido ‘Um dos homens mais geniais e encantadores (…) de forma que até mesmo aqueles que não gostavam de sua arquitetura o adoravam’. Com a volta do prestígio da arquitetura vitoriana é possível, agora, apreciar tanto o arquiteto quanto sua obra.

HOMAR, Gaspar

“Nos últimos anos de sua vida, quando o Modernismo [Catalão] já era um movimento proscrito, Gaspar Homar lamentava sua falta de reconhecimento público. Até mesmo sua morte (…) passou completamente despercebida. (…) [N]ão encontramos sequer uma nota necrológica nos diários e revistas da época. (…) Josep Garrut e Enriqueta Ramon, sua filha, ainda se lembram das lamúrias do artista e de sua depressão por não ser compreendido. (…) Seu reconhecimento foi póstumo”.

COLONNA, Édouard

“Como designer de móveis, Eugène Colonna [<i>sic</i>] situa-se entre (…) [Eugène Gaillard  e Georges De Feure]. Menos dinâmico do que Gaillard, mostra-se tão elegante como De Feure no que este tem de melhor; mas sua decoração é mais calma e mais austera do que a de ambos. De Feure e Colonna também trabalharam com têxteis e com porcelana”.

WEBB, Philip

George Jack, (…) principal assistente [de Webb], escreveu após sua morte: ‘É como lembrar-se dos raios de sol do passado – eles deleitam e passam, mas também fazem as coisas crescer. Webb foi como os raios de sol; foi, inclusive, tão pouco reconhecido e agradecido quanto eles’.”

DOMÈNECH, Lluis

“Gaudí (…) brilhou tão intensamente que os nomes de todos os outros arquitetos ficaram escondidos em sua sombra. É por isso que Domènech i Montaner, criador do Palácio da Música Catalã, em Barcelona – considerado por muitos o mais Catalão de todos os edifícios -, permaneceu relativamente desconhecido”.

RIEMERSCHMID, Richard

“Em Arquitetura, era um clássico. Mas sua obra de design oscilava do mobiliário <i>Arts & Crafts</i> à Cerâmica <i>Art Nouveau</i> passando por objetos produzidos mecanicamente com geometria proto-bauhausiana simples. Riemerschmid pode ser considerado um dos mais importantes designers alemães do século XX”.

STICKLEY, Gustav

“[Após entrar em contato com o Arts & Crafts] Senti que os móveis sem expressão, mal construídos e excessivamente ornamentados que eram despejados em quantidades enormes pelas fábricas eram não apenas um malefício em si mesmo, mas também que suas presenças nos lares das pessoas era uma influência que as afastava dos bons princípios que moldam homens honestos e bons cidadãos”.

VOYSEY, Charles

No período compreendido por uma década antes e uma década depois do ano de 1900, a inventividade, a simplicidade e a humanidade dos projetos de [Charles] Voysey desafiaram mentes artísticas; fossem elas britânicas, europeias ou americanas. Adeptos do <i>Art Nouveau</i> e expoentes do Modernismo tomaram-no por inspiração. (Em ambos os casos, no entanto, sem sua aprovação. [Voysey] tinha pouca simpatia por esses movimentos – ou, pelo que ele chamava de “individualismo” desses movimentos em geral)”.

MACKMURDO, Arthur

Mackmurdo, em geral, preocupava-se mais com uma reforma do design do que com a mudança do papel do designer (ou do artesão) na sociedade. (…) [Ele] identificava os conflitos na filosofia de Morris escrevendo, em suas anotações pessoais, que Morris era incapaz de conceber um plano para uma nova estrutura social, e que seu ‘socialismo não tem uma base filosófica’. Mackmurdo preferia ficar de fora da política, adotando, como muitos arquitetos, uma postura flexível com relação a seus interesses e comissões”.

PUGIN, Augustus W. N.

Pugin foi o Gibbon da Arquitetura. Nos seus <i>Contrasts</i> escreveu a história de seu declínio e de sua queda – não da maneira zombeteira do grande discípulo de Voltaire -, mas com a solenidade e com a veemente eloquência de Savonarola. Como o dominicano italiano, o arquiteto inglês foi mais um reformista e delator dos abusos do paganismo. Embora fosse tão ortodoxo quanto Savonarola, teve mais sorte por ter nascido em tempos mais felizes. Tempos nos quais a denúncia de abusos não implicava em uma candidatura ao martírio.