ROHLFS, Charles

Meus designs são meus. Eu os desenvolvo. Eles não são como os de qualquer outra época ou pessoa… Eu não leio Ruskin, nem ninguém, nem nada que poderia influenciar minhas ideias. Eu nunca as tiro de livros… Elas são minhas e em sua execução eu deposito todo meu coração e força, e é por isso que são encantadoras.

CLARKE, Harry

It is tempting to picture Nicola Gordon Bowe’s definitive study of Harry Clarke as the revelation of an ‘Undiscovered Artist’. The story of the capture of this mystical beast of the art world through the devoted scholarship of a raven-haired damsel would be a subject well suited to Clarke’s own style of  febrile, fantastic illustration. <br>

In truth, talent is rarely  ‘undiscovered’. Clarke was recognised by contemporary compatriots as a master of stained glass and an outstanding Symbolist illustrator. His work,  however, has been overlooked by historians, as most attention to Ireland’s twentieth-century cultural renaissance has focused on its literary exponents. <br>

The very nature of stained glass and the difficulty of photographic reproduction has limited admirers of Clarke’s best work to those who have visited the architectural sites for which it was comissioned. Only in his book of illustrations was Clarke able to reach a broad audience, notably with two new editions of the works of Edgar Allan Poe which were international bestsellers”.<br>

<b>HUNTER-SIEBEL, Penelope</b>. [1989].<br>

<i>Foreword to Original Edition</i>. <i>in</i> <B>BOWE, Nicola Gordon</b>: <i>Harry Clarke: The Life & Work.</i>

CUYPERS, Pierre

A Grã-Bretanha, a França e a Alemanha influenciaram o revivalismo na Holanda e na Bélgica. Petrus Cuypers introduziu o revivalismo Gótico na Holanda praticamente sozinho. Tendo estudado na Bélgica, Cuypers trabalhou em Amsterdã a partir da década de 1850. Suas primeiras igrejas no sul do país devem muito a Viollet cujos ideais de expressão e lógica estrutural — mas não seu repúdio ao historicismo —, continuaram influenciando Cuypers por toda sua carreira. Essas características já são evidentes na primeira igreja importante que projetou — a <i>Posthoornkerk</i> (1860 – 3) — em Amsterdam. Observe-se, no entanto, que embora os tijolos policrômicos e a dura linearidade sejam características do estilo Alto Vitoriano, a fachada oriental — com seu par de torres espiraladas emergindo das empenas —, remete a uma inspiração medieval proveniente dos Países Baixos e do norte da Alemanha. […] A engenhosidade com que Cuyper planejava e fazia adaptações medievais nos seus projetos foram aspectos da ‘evolução’ do Gótico que ele perseguiu conscientemente na busca de uma arquitetura novecentista que fosse, ao mesmo tempo, historicista e moderna. A solução que encontrou pode ser contemplada no <i>Rijksmuseum</i> (1877 – 85) de Amsterdã e na Estação Central (1882 – 9). São edifícios francos no uso de materiais produzidos industrialmente, incluindo o ferro, e Alto Vitorianos em sua policromia e ecletismo, embora Góticos apenas parcialmente já que muitos de seus componentes derivam de um estilo eclético em si mesmo – aquele dos Países Baixos do século XVII – ecos da grande era da supremacia Holandesa. […] A busca de Cuyper por essa ‘evolução’ teve o efeito de fazê-lo transcender o revivalismo Gótico, contribuindo para que sua longa atuação se transformasse em uma incubadora do proto-Modernismo que emergiu com seu assistente, Hendrikus Petrus Berlage (1856 – 1934), cujo trabalho impulsionou estilos históricos – incluindo o Gótico – que Cuyper tão cuidadosamente sintetizara.

UPJOHN, Richard

Uma vez enraizada nos Estados Unidos, a [Sociedade] Camdeniana fez o possível para garantir que a eclesiologia Americana nascente crescesse corretamente. (…) Embora os norte-americanos tivessem logo se cansado de serem tutelados pelos ingleses, os progressos da eclesiologia foram consideráveis. (…) O trabalho de Richard Upjohn revela outro aspecto do impacto da eclesiologia: sua capacidade de gerar aquilo que, com efeito, se tornará um novo gótico. Nas igrejas de Burlington (1846-8) e Elizabeth (1854), ambas em New Jersey, Upjohn começou a reduzir o gótico à sua geometria básica e às formas e estruturas subjacentes. Essa simplificação permitiu ao gótico construções mais baratas e com meios mais simples, conseguindo, assim, adequar-se às necessidades dos pequenos (e frequentemente remotos) aglomerados urbanos decorrentes da expansão para o Oeste. Somadas à intuição de Upjohn no uso de materiais, essas práticas produziram (…) igrejas de madeira com personalidades verdadeiramente características (…) [tal como seu melhor trabalho, a] Igreja de St. John Chrysostom (1851-3), em Delafield, Wisconsin: sua economia radical e a elegância de seus planos e linhas chegando perto da abstração. As igrejas de Upjohn vão além da eclesiologia. Elas ilustram os Princípios Verdadeiros do Gótico valorizados pela arquitetura americana: a explicitação, a utilidade, a verdade dos materiais, e um sentido de harmonia com a paisagem. Esses temas se mostrariam recorrentes.

WATERHOUSE, Alfred

Em 1887, a revista <i>Building News</i> promoveu uma enquete para identificar o principal arquiteto britânico e Alfred Waterhouse recebeu 90 por cento dos votos. Posteriormente, um historiador sugeriu que Waterhouse ‘contribuiu mais do que quase qualquer outro indivíduo para estabelecer o padrão arquitetônico das cidades do final do século dezenove’. À época de sua morte em 1905, no entanto, sua abordagem da arquitetura tinha temporariamente saído de moda. Isso fica claro em seu obituário no periódico <i>The Times</i> . Lá, registra-se que ‘seria cabotinismo ignorar o fato de que entre a geração mais jovem de arquitetos, o trabalho do Sr. Waterhouse não é visto com bons olhos ou com simpatia’. Ressalva, contudo, o escritor que Waterhouse tinha sido ‘Um dos homens mais geniais e encantadores (…) de forma que até mesmo aqueles que não gostavam de sua arquitetura o adoravam’. Com a volta do prestígio da arquitetura vitoriana é possível, agora, apreciar tanto o arquiteto quanto sua obra.

VON FERSTEL, Heinrich

“Heinrich Ferstel (…) um ‘vigário de Bray’ [personagem dos <i>Cantebury Tales</i> de Geoffrey Chaucer que muda seus princípios de acordo com as necessidades de manter-se em seu cargo] mesmo entre os arquitetos politicamente flexíveis de então, dominava todas as variedades históricas da chamada ‘arquitetura de estilo’ capaz es de responder às alterações de gosto que acompanhavam as alterações de poder político. Filho de um banqueiro, Ferstel tivera seu ímpeto juvenil como revolucionário da Legião Acadêmica de 1848, mas logo emendou esse começo malogrado trabalhando como arquiteto para a aristocracia boêmia dos anos conservadores de 1850. Contando com o patronato de um desses aristocratas, conde Thun, Ferstel alcançou fama como arquiteto da <i>Votivkirche</i> [igreja construída em agradecimento ao malogro de uma tentativa de assassinato do Imperador Franz Joseph]”.

SCOTT, George

Em suas <i>Recollections</i> [publicadas postumamente em 1879] — recordando sua carreira extremamente bem sucedida dedicada à causa gótica —, George Gilbert Scott (…) atribuiu ao ano de 1841 o seu ‘despertar’ para a verdade arquitetônica; despertar esse marcado pela influência simultânea de [Augustus] Pugin e dos Camdenianos [da <i>Cambridge Camden Society</i>]. Um despertar pode ser desconfortável: as resenhas pernósticas que o Ecclesiologist [<i>nesletter</i> da <i>Cambridge Camden Society</i>] publicava sobre novas igrejas e restaurações exaltavam e denunciavam, prescreviam e proscreviam com resultados impressionantes. Os juízos Camdenianos sobre a correção do gótico de um arquiteto influenciavam cada vez mais na escolha de quem conseguiria e de quem não conseguiria as comissões para novos projetos. Esse poder muitas vezes causava ressentimentos mas, para os arquitetos mais propensos a serem escolados, as recompensas eram mais do que financeiras. O domínio do design eclesiológico e do estilo [gótico] Decorado requeria uma experiência que combinava de forma muito particular o conhecimento técnico e as realizações acadêmicas. A resultante era uma nova espécie de autoridade. Arquitetos de igreja adquiriam classe, ou seja, melhoravam seu status cultural e ascendiam na hierarquia social.

VON SCHMIDT, Friedrich

O progresso do Gótico Vienense atingiu seu clímax com a execução do projeto da nova <i>Rathaus</i> [Prefeitura] (1869-1873) de [Firedrich] Schmidt. Seu ecletismo – com um centro norte-italiano, extremidades um pouco francesas e um interior alemão —, parece sugerir a inspiração no estilo Vitoriano Tardio. No entanto, uma análise mais aprofundada sugere um pastiche sofisticado que evita graciosamente quaisquer efeitos mais vigorosos. Apesar de a <i>Rathaus</i> ter sido de um êxito evidente, o Renascimento Austríaco permaneceu um conglomerado de edifícios individuais, logrando atingir poucas raízes mais profundas da cultura nacional. Na verdade, nunca teve a importância política que Reichensperger [político Alemão amante das arte e arquitetura Gótica] esperava que tivesse no âmbito de uma reunificação Alemã: a Áustria foi excluída desse movimento, derrotada e humilhada pela Prússia, na Guerra das Sete Semanas, de 1866.

BURGES, William

[Ele foi] o mais deslumbrante expoente daquele Sonho que foi o Estilo Vitoriano Tardio. Um Sonho que [Augustus] Pugin concebeu, que [Dante Gabriel] Rossetti e [Edward] Burne-Jones pintaram, cujas glórias cantou [Alfred] Tennyson; e cuja filosofia foi formulada por [John] Ruskin e [William] Morris. Mas apenas Burges foi capaz de construí-lo”.

HOMAR, Gaspar

“Nos últimos anos de sua vida, quando o Modernismo [Catalão] já era um movimento proscrito, Gaspar Homar lamentava sua falta de reconhecimento público. Até mesmo sua morte (…) passou completamente despercebida. (…) [N]ão encontramos sequer uma nota necrológica nos diários e revistas da época. (…) Josep Garrut e Enriqueta Ramon, sua filha, ainda se lembram das lamúrias do artista e de sua depressão por não ser compreendido. (…) Seu reconhecimento foi póstumo”.

MARTORELL, Joan.

Não é possível averiguar a veracidade de certas histórias mas, como diz o ditado, se não é verdade está muito bem inventado. Uma dessas histórias é a lenda sobre a maneira como Gaudí recebeu o encargo de construir a Sagrada Família. É certo que essa lenda pode ter sido uma invenção de algum propagandista religioso muito entusiasta para reforçar a aura milagrosa do empreendimento. Uma lenda, sem dúvida, de grande eficácia. Após a demissão de Villar e diante da indecisão de Martorell [de aceitar o projeto] os promotores da [igreja] da Sagrada Família estavam sem arquiteto. A providência os acudiu na forma de um sonho. O sonhador, como não poderia ser de outro modo, foi Josep Maria Bocabella. Diz a lenda que, enquanto dormia, apareceu-lhe em sonho o rosto de um jovem arquiteto enviado por Deus para construir uma igreja excepcional. O principal sinal para revelar sua identidade era o olhar penetrante e profundo. Infelizmente a lenda não deixa claro se Bocabella sonhou em cores ou em preto e branco e, assim, fica impossível precisar se sabia de antemão que os olhos penetrantes do arquiteto recomendado por essa mesma divindade seriam azuis ou não. Alguns dias depois deste suposto sonho premonitório, ocorreu a Josep Maria Bocabella visitar o arquiteto [Joan] Martorell em seu estúdio e ali, sentado junto à prancheta, viu o rosto e o olhar que havia sonhado. Esse encontro em si mesmo não foi um sonho. Ocorreu no mês de outubro de 1883.<br/><br/>
Evidentemente, essa história é demasiadamente fantástica para que — a um século e tanto de distância —, possamos dar a ela algum crédito. O mais lógico seria imaginar que foi o próprio Martorell que recomendou Gaudí, e que os promotores da Sagrada Família tinham várias e boas razões para aceitar essa sugestão.

RIQUER, Alexandre

“Desde pelo menos 1894 Alexandre de Riquer introduziu e praticou [na Catalunha] uma variante do Art Nouveau inspirada diretamente por fontes Britânicas – sobretudo (…) por William Morris, Burne-Jones e pelo legado que estes deixaram nas artes gráficas e decorativas. (…) [No entanto, a arte de Riquer] sofreu modificações estilísticas a partir de 1894. Ele passou a adotar uma mescla de Gótico com Japonismo também características do Art Nouveau. Utilizava linhas circundando superfícies chapadas e sutis harmonizações de cores que emprestavam às suas composições uma sensação antirrealista consoante com as temáticas simbolistas de sua imaginação”.

Escola de Nancy

A Aliança Provincial das Indústrias de Arte (também conhecida como École de Nancy), sob a liderança de Émile Gallé, foi fundada em Nancy em 1901. Os artistas do grupo incluíam os irmãos Daum, Auguste Legras, Louis Majorelle, Victor Prouvé, Eugène Vallin, e d’Argental. Com a morte de Gallé, os irmãos Daum passaram a liderar o grupo.

DAUM, Irmãos

“Comparadas aos trabalhos do Mestre [Gallé], as peças desenhadas e produzidas pelos outros artífices de Nancy podem parecer insípidas. Adotaram as técnicas e a decoração de Gallé e, ocasionalmente, até obtiveram resultados que podem ser considerados razoavelmente comparáveis. E aqui, sem dúvida, é possível falar de uma Escola no verdadeiro sentido da palavra. A esse respeito, precisamos apenas mencionar Auguste Daum (1854 – 1909) e seu irmão, Antonin. São bem menos extravagantes do que Gallé e seus trabalhos restringem-se, frequentemente, a papoulas e galanthus. O corpus é frequentemente mais tradicional e a técnica é, em geral, mais tosca. Além disso, não usam inscrições da mesma maneira que Gallé e, ainda por cima, raramente assinavam seus nomes no próprio vidro”.

COLONNA, Édouard

“Como designer de móveis, Eugène Colonna [<i>sic</i>] situa-se entre (…) [Eugène Gaillard  e Georges De Feure]. Menos dinâmico do que Gaillard, mostra-se tão elegante como De Feure no que este tem de melhor; mas sua decoração é mais calma e mais austera do que a de ambos. De Feure e Colonna também trabalharam com têxteis e com porcelana”.

VIOLLET-LE-DUC, Eugène

Achille Carlier, arquiteto laureado com o grande prêmio de Roma e que se dedicou (…) à denúncia do vandalismo restaurador atribui [a Viollet-le-Duc] o epíteto de criminoso: “Viollet fez desaparecer a alma do passado: (…) o mais hediondo dos crimes históricos. (…) Viollet-le-Duc é um dos maiores criminosos da história: personagem nocivo tanto pela importância das obras que pessoalmente arruinou em caráter definitivo como também pela influência que exerceu sobre sua época, e que permitiu que um enxame de discípulos, seguindo seus passos, arruinassem outras obras  não menos importantes.

WEBB, Philip

George Jack, (…) principal assistente [de Webb], escreveu após sua morte: ‘É como lembrar-se dos raios de sol do passado – eles deleitam e passam, mas também fazem as coisas crescer. Webb foi como os raios de sol; foi, inclusive, tão pouco reconhecido e agradecido quanto eles’.”

DOMÈNECH, Lluis

“Gaudí (…) brilhou tão intensamente que os nomes de todos os outros arquitetos ficaram escondidos em sua sombra. É por isso que Domènech i Montaner, criador do Palácio da Música Catalã, em Barcelona – considerado por muitos o mais Catalão de todos os edifícios -, permaneceu relativamente desconhecido”.

JUJOL, Josep Maria

“Não fazíamos idéia de que (…) Jujol (…) tinha contribuído com tantos detalhes impressionantes de algumas obras-primas de Gaudi. (…) Jujol não foi um Gaudi menor. Foi um pequeno gigante ao lado de um grande gigante (…)!”

PUIG, Josep

“Os arquitetos catalãos do início do século XX (…) projetaram uma série de edifícios que recriavam construções históricas dos países do norte europeu.  (…) Todas essas construções não eram apenas produtos casuísticos do gosto historicista desses arquitetos de Barcelona, mas também uma declaração explícita da proximidade da cultura e da sociedade Catalã com a Europa – e em contraste com o resto da Espanha”.

DUBAN, Félix

Naturalmente, ao passo que Duban (…) tornou-se um <i>chef d’atelier</i> bem sucedido, suas ideias começaram a influenciar os projetos concorrentes ao <i>Grand Prix [d’Architecture]</i>. Assim, ganhou peso um tipo de racionalismo que chamava atenção para o fato de que a utilidade física das formas arquitetônicas deveria decorrer da natureza dos materiais — concepção muito diferente daquele racionalismo acadêmico que tinha a “beleza” formal como meta. (…) A valorização dessas qualidades contribuiu, então, para que as formas clássicas pudessem ser agora utilizadas livremente, em conjunto com outros estilos, em novos tipos de edificações e combinadas com novos materiais.

Neogótico

“ (…) A renúncia da ideia clássica de beleza como harmonia e equilíbrio engendra os fundamentos de uma estética do sentimento; da forma irregular, primitiva; de reminiscências de ruinas arquitetônicas e de efeitos insólitos e surpreendentes. (…) Para os artistas oitocentistas, o Medievo era sinônimo de sinceridade artística, de integridade espiritual e de honra cavalheiresca; em oposição aos excessos racionais do Iluminismo, da industrialização progressiva e da consequente temática social do realismo.”

 

 

GREENE, (irmãos)

“[Os irmãos Greene] conseguem fabricar (…) os melhores e os mais autênticos móveis que pude ver neste país [os EEUU]. Belos gabinetes e cadeiras, de nogueira ou de pau santo, excepcionalmente torneados e cavilhados com uma sensibilidade suprema e com uma maestria no uso de material à altura do melhor especialista inglês. Nunca me senti tão em casa em nenhum outro atelier deste lado do Atlântico”.

Modernismo Catalão

“<i>Modernisme</i> ou Modernismo é frequentemente um termo enganoso pois, apesar do nome, não se refere ao Movimento Moderno mas a um movimento mais assemelhado ao <i>Art Nouveau</i> originado na Espanha, mais especificamente na Catalunha, aproximadamente entre 1880 e 1910.  […] Ao mesmo tempo que abraçava o romantismo nacionalista do movimento de Artes e Ofícios, também vivenciava uma fé progressista na ciência e na tecnologia”.

DE FEURE, Georges

“If the word ‘feminine’ can be used at all about applied art, then it can aptly be used to describe the work of Georges de Feure. Not only does he place his slender graceful female forms on posters and screens, and anywhere else he can put them, but his neat objects are designed so gracefully and so airly as though they were all intended for a female hand.”

BASILE, Ernesto

“When Basile was twenty-five years old, he expressed the principles of this language as “the feeling <i>in</i> the line” guided by a study of nature. If published, Basile’s manuscript could have been a manifesto of international Art Nouveau.”

RIEMERSCHMID, Richard

“Em Arquitetura, era um clássico. Mas sua obra de design oscilava do mobiliário <i>Arts & Crafts</i> à Cerâmica <i>Art Nouveau</i> passando por objetos produzidos mecanicamente com geometria proto-bauhausiana simples. Riemerschmid pode ser considerado um dos mais importantes designers alemães do século XX”.

BING, Siegfried

“É importante observar que houve uma mudança na nomenclatura do movimento, na França, após a abertura da loja de Siegfried Bing, em Paris, mais ou menos na época do Natal de 1895. O letreiro laranja foi descrito por Arsène Alexandre, editor da <i>Revue des Arts Décoratifs</i>, da seguinte maneira: “Acima dos dois enormes girassóis esculpidos em relevo, brutalmente agigantados se comparados aos naturais; sem gosto e sem estilo, lêem-se duas palavras de uma deliciosa modéstia: <i>l’art nouveau</i>.”

MCKIM, Charles Follen

O êxito da firma [McKim, Meade & White] deveu-se à natureza complementar de seus três sócios — McKim, o idealista; Meade, o pragmático; e White, o sedutor. O idealismo vibrante e a adesão aos princípios universais de McKim foram moldados no exemplo de seu pai: ativista proeminente e patrono da causa abolicionista. (…) Meade era o realista do trio; o engenheiro. (…) White era o provocador, sempre pronto a quebrar precedentes, a usar novos materiais e a experimentar novas formas de edificações. (…) Esse alto nível de profissionalismo forjou-se nos muitos anos que trabalharam como assistentes no escritório de Henry Hobson Richardson.

DRESSER, Christopher

Chistopher Dresser foi um Vitoriano de origem humilde que rompeu as fronteiras dos privilégios de classe para reivindicar seu lugar como o primeiro designer da era industrial a ter o lar como prioridade. A mensagem de Dresser era de que bens baratos e acessíveis não precisavam ser feios.

CRANE, Walter

Todos enfatizavam a dignidade do trabalho e havia também aqueles que, como [Walter] Crane e [Charles Robert] Ashbee, invocavam o socialismo para elevar o trabalho à categoria de um predicado sobre o qual não apenas uma arte sadia e bela estava baseada mas também na qual se assentava uma sociedade mais saudável e plena”.

LETHABY, William R.

Apesar de sua pouca educação formal, Lethaby tornou-se um educador bem sucedido de arquitetos; professor de Ornamento e Design no  <i>Royal College of Arts </i>   de 1900 a 1919 e autor de diversos livros. Ao longo de sua carreira, Lethaby manteve-se leal a [William] Morris e a [Phillip] Webb e, através destes, a Ruskin, apesar de reinterpretar alguns aspectos do legado destes autores”.

STICKLEY, Gustav

“[Após entrar em contato com o Arts & Crafts] Senti que os móveis sem expressão, mal construídos e excessivamente ornamentados que eram despejados em quantidades enormes pelas fábricas eram não apenas um malefício em si mesmo, mas também que suas presenças nos lares das pessoas era uma influência que as afastava dos bons princípios que moldam homens honestos e bons cidadãos”.

VOYSEY, Charles

No período compreendido por uma década antes e uma década depois do ano de 1900, a inventividade, a simplicidade e a humanidade dos projetos de [Charles] Voysey desafiaram mentes artísticas; fossem elas britânicas, europeias ou americanas. Adeptos do <i>Art Nouveau</i> e expoentes do Modernismo tomaram-no por inspiração. (Em ambos os casos, no entanto, sem sua aprovação. [Voysey] tinha pouca simpatia por esses movimentos – ou, pelo que ele chamava de “individualismo” desses movimentos em geral)”.

PANKOK, Bernhard

“[Pankok] produzia trabalhos em muitas áreas diferentes, embora seus desenhos de móveis talvez fossem a especialidade em que se mostrava mais original. Seus primeiros projetos de móveis são caracterizados por um certo peso e por uma aparência ‘orgânica’ que lembram o trabalho de Antoni Gaudí, evidenciando o lado mais expressionista e menos funcional do <i>Jugendstil</i>.”

MACKINTOSH, Charles R.

“A influência de Mackintosh pode ser percebida nos complexos e delicados ornamentos de ferro fundido de Antoni Gaudí, encontrados em diversas de suas construções em Barcelona. Também pode ser vislumbrada nas peças de Hector Guimard, que ainda adornam o Metrô de Paris.”

MACKMURDO, Arthur

Mackmurdo, em geral, preocupava-se mais com uma reforma do design do que com a mudança do papel do designer (ou do artesão) na sociedade. (…) [Ele] identificava os conflitos na filosofia de Morris escrevendo, em suas anotações pessoais, que Morris era incapaz de conceber um plano para uma nova estrutura social, e que seu ‘socialismo não tem uma base filosófica’. Mackmurdo preferia ficar de fora da política, adotando, como muitos arquitetos, uma postura flexível com relação a seus interesses e comissões”.

RUSKIN, John

(…) Quem se importa se os pontos de vista do Sr. Ruskin sobre a obra de Turner são corretos ou não? Qual a relevância disso? Sua prosa é tão poderosa e majestosa; (…); é tão rica em sua elaborada sinfonia musical; é tão segura e precisa em suas manifestações; é tão sutil na escolha de palavras e de epítetos, que se torna uma obra de arte pelo menos tão grande quanto qualquer dos pores-de-sol que descolorem ou que apodrecem em telas corrompidas nas galerias da Inglaterra (…).

PUGIN, Augustus W. N.

Pugin foi o Gibbon da Arquitetura. Nos seus <i>Contrasts</i> escreveu a história de seu declínio e de sua queda – não da maneira zombeteira do grande discípulo de Voltaire -, mas com a solenidade e com a veemente eloquência de Savonarola. Como o dominicano italiano, o arquiteto inglês foi mais um reformista e delator dos abusos do paganismo. Embora fosse tão ortodoxo quanto Savonarola, teve mais sorte por ter nascido em tempos mais felizes. Tempos nos quais a denúncia de abusos não implicava em uma candidatura ao martírio.

HORTA, Victor

A inspiração genial de Horta foi de libertar a Arquitetura da tutela das linhas Neoclássicas e Góticas, reinventando as formas com maior liberdade e com espírito prático de modo que pudessem adaptar-se a projetos reais que poderiam ser desenvolvidos com os incontáveis novos materiais que a época colocava à sua disposição. É de acordo com essa perspectiva que devemos compreender a <i>Casa Tassel</i>, considerada o primeiro edifício do <i>Art Nouveau</i> belga; ou seja, levando em consideração não apenas o novo espírito da Arquitetura como também o emprego de novos materiais. (…) Em todos os trabalhos de Horta observa-se um equilíbrio nas composições. Os imperativos da construção nunca são rompidos. Além disso, graças a uma imaginação excepcional, suas formas foram evoluindo criativa e constantemente de modo a se adaptarem às demandas mais variadas.

TOULOUSE-LAUTREC, Henri de

“A sensibilidade exasperada pelas cores contrastantes é uma das qualidades de seu “macabro” gênio. Nada o repele; pinta beleza e feiúra com soberba indiferença; pinta o vício e o vil, exóticas, atrozes e obscenas criaturas com a absoluta insolência e o máximo cinismo de um Diabo ou de um Deus que criaram em mútuo antagonismo o cruel e adorável mundo no qual vivemos. (…) Parte da técnica de Lautrec consiste não somente no seu modo original de observar a realidade, mas na sua maneira de ver as coisas: não em porções, não em sombras, mas em massas (…) Lautrec tinha uma paixão por cores brutais, em contrastes violentos e muitas vezes excessivos.”

ENDELL, August

“Endell foi um dos primeiros artistas a protestar contra o Naturalismo e o Realismo nas Artes Visuais. (…) [Ele] defendia abertamente aquilo que mais tarde seria chamado de Arte Abstrata. Enfatizava que a natureza não era um livro de padronagens para os artistas. A Arte não ‘está na natureza em nenhum momento; trata-se de algo completamente diferente’. A Arte deveria estar apoiada na ‘sensação de prazer’ e na ‘alegria pura da forma e da cor’.”

MORRIS, William

Apolítico ferrenho, Rossetti influenciou Morris a silenciar sua inconveniente consciência social e a adotar uma filosofia estética do tipo “arte pela arte”. Enfeitiçado por Rossetti, Morris escreveu em 1856: ‘Não consigo interessar-me por temas político-sociais. (…) Não tenho nem o poder e nem a vocação para corrigi-los minimamente. Meu trabalho é a realização de sonhos, de uma maneira ou de outra’.

GAUDÍ, Antoni

As formas orgânicas e originais do Templo da Sagrada Família, que lembram um castelo de pingos de areia, são totalmente desvinculadas das influências da arte de sua época. Certa vez, (…) encontrei-me com um grupo de turistas franceses que, munidos de seu peculiar espírito cartesiano, não paravam de reclamar: ‘Mas será que este arquiteto não tinha régua?'”

Mission Style

O Movimento de <i>Arts & Crafts</i> [Artes e Ofícios] projetou sua influência nos Estados Unidos de duas maneiras. Primeiro, como uma força moral resultante dos escritos e das obras de [John] Ruskin, [William] Morris, [Charles Robert] Ashbee e de outros que defenderam os ideais de beleza e o renascimento da nobreza do artesanato. Segundo – como um estilo comercial -, forneceu exemplos de mobiliário, de trabalhos em metal e de outros artefatos que, ao lado do [livro] <i>Hints of Household Taste</i>, de [Charles] Eastlake, funcionaram como antídotos aos estilos revivalistas e aos ornamentos sofisticados que dominavam as fábricas de móveis e de utensílios domésticos americanas até a <i>Philadelphia Centennial</i> [Exposição Universal da Filadélfia realizada em 1876]”.

Napoleão III

O estilo Napoleão III — também conhecido como Segundo Império — , se estende de 1852, ano do restabelecimento do Império, a 1870: data da derrota na batalha de Sedan, que marca o fim do regime imperial. (…)<br>

Inspira-se em períodos diferentes: particularmente nos estilos Gótico; Renascimento; Luís XIV, Luís XV e Luís XVI. Também toma emprestadas referências estrangeiras, notadamente os estilos Inglês, Chinês e Japonês. A concepção dos móveis comporta elementos variados em abundância, de modo que o mobiliário Napoleão III se mostra, às vezes, muito carregado. (…) <br>

O Gótico volta à moda com cadeiras de encostos cravejados com pináculos; o Renascimento com esfinges, quimeras ou cariátides; o estilo Luís XIV com móveis que imitam a técnica de marqueteria de Boulle; o estilo Luís XV com conchas, folhas de acanto e arabescos; e o estilo Luís XVI com padronagens gregas. (…) <br>

A concepção dos móveis também se inspira em estilos de outros países. O estilo Chippendale (cadeiras em acaju com encostos vazados) da Inglaterra. A criação de móveis em forma de pagodes ou com a utilização do bambu e da laca, como na China; ou mesmo tomando emprestado um universo aquático e floral, à imagem de obras japonesas.

Japonismo

“A palavra ‘Japonismo’ foi cunhada em 1872 pelo autor e colecionador francês, Philippe Burty, para “designar um novo campo de estudos relacionado à arte, à história e à etnografia inspirado pela arte japonesa”. Para os olhos saturados pelo Neoclassicismo e pelo renascimento Gótico, então em plena voga, a arte japonesa era muito mais do que uma mera novidade visual refrescante. Todavia, é enganoso usar a palavra ‘Japonismo’ como se tratasse apenas de um fenômeno francês”.

Arts & Crafts

O Movimento de Artes e Ofícios [Arts & Crafts] teve suas raízes nos anos finais da Grã- Bretanha do século XIX. Seus principais teóricos — homens como William Morris, C.R. Ashbee e W.R. Lethaby —, tiveram formação de arquitetos e trabalharam pela unidade das artes acreditando que todos os empreendimentos criativos tinham o mesmo valor. Não apenas desejavam reformar o design como também restabelecer a qualidade do próprio processo de trabalho. Com a divisão do trabalho, a Revolução Industrial desvalorizou o ofício de artífice (craftsman) transformando-o em uma mera peça na engrenagem de uma máquina. O objetivo do Movimento de Artes e Ofícios era, nesse sentido, o de reestabelecer a harmonia entre arquiteto, designer e artífice. Desejavam também restaurar a perícia na produção de artefatos de uso quotidiano de forma que fossem não apenas bem projetados como também tivessem preços acessíveis.”